Comissão de Saúde apresenta relatório de visita à Estação de Tratamento de Água do Bairro Castro

por Júlia Resende, estagiária sob orientação do jornalista Eduardo Maia — publicado 04/05/2023 10h50, última modificação 05/05/2023 14h38
Relatório é acompanhado de Requerimento nº 33/2023 e foi votado na última Reunião Ordinária
Comissão de Saúde apresenta relatório de visita à Estação de Tratamento de Água do Bairro Castro

Vereadores em visita ao ponto de captação de água da COPASA. Foto: Eduardo Maia.

A Comissão de Saúde, Assistência Social e Meio Ambiente, presidida pelo vereador Rodrigo de Paula (Rodrigo do Tico) e composta pelos vereadores Denis Andrade Diniz (Denis da Escolinha) e Levi da Costa Campos (Levi do Montijo), com participação do vereador João Gonçalves de Resende (Joãozinho Cricri), redigiu um Relatório da Visita de Campo ao ponto de captação e à Estação de Tratamento de Água (ETA) da COPASA, em funcionamento no Bairro Castro. A visita, realizada no dia 13 de abril, foi motivada pelas constantes reclamações dos usuários e teve como objetivo averiguar as condições de operação do sistema no local. Dentre as constatações dos vereadores, destaca-se o pequeno porte da estrutura para atender um grande número de moradores, dado o crescimento do bairro.

O Relatório foi aprovado pelo Plenário durante a Reunião Ordinária realizada no último dia 18 de abril, na Câmara Municipal de Entre Rios de Minas. Inicialmente, Joãozinho Cricri e a Comissão, visitaram o ponto de captação de água da COPASA, no Córrego Morro Grande. No local, observaram a pequena vazão de água, com a capacidade de captação de 3,25 litros por segundo e com um mangote de baixa espessura. Além disso, a estrutura metálica ali presente permite o acesso de qualquer um ao equipamento. 

Em seguida, na visita à ETA, alguns problemas estruturais foram constatados na instalação, como o uso de arames para prender tubulações, as paredes com reboco comprometido, alguns vidros quebrados e a necessidade de reparos no sistema de energia elétrica. No entanto, verificaram a existência de uma bomba sobressalente, em condição inferior à bomba operante, para o caso de ocorrer algum problema urgente que implique sua utilização. 

Os vereadores foram informados pelo servidor da concessionária que o sistema opera por cerca de 18 a 21h por dia, tratando e distribuindo entre 184 mil e 200 mil litros de água no mesmo período. Ele ainda relata que aos finais de semana, esses números tendem a aumentar. Cabe ressaltar que a estrutura foi implantada no bairro no início da década de 2000, época em que a população era de aproximadamente 700 habitantes. Atualmente, a população do Castro oscila em torno de 1.500 habitantes, número que será maior com a chegada das 95 famílias da AMSCA, que irão morar no Residencial Dom Luciano. 

Quanto à qualidade da água, a Comissão foi informada de que o mesmo que acontece no município, também ocorre no bairro: a água sai da Estação dentro dos parâmetros estabelecidos na legislação, mas a distribuição pode ocasionar algum problema de turbidez por conta da pressão da água que passa pelos encanamentos subterrâneos, vindo a descolar algumas partículas que possam permanecer depositadas nas tubulações. 

Durante a Reunião de aprovação do relatório e do requerimento, o vereador Rodrigo explicou que eles já haviam visitado a represa localizada um pouco acima do ponto de captação após receberem a denúncia de que os peixes estavam morrendo. Após a visita ao local, eles solicitaram a coleta de água nesses pontos para avaliar as causas do acontecido. Quanto à ETA, o Presidente da Comissão reforçou que o problema da COPASA no Bairro Castro é o mesmo que assola o restante do Município: a falta de investimento. Porém, o sistema operacional de captação no bairro é totalmente diferente, segundo ele, do sistema que existe na ETA localizada no bairro Batista de Oliveira que abastece toda a cidade. 

As condições de trabalho dos servidores da concessionária também foi abordada por Rodrigo, como a falta de EPI (Equipamento de Proteção Individual), equipamentos de trabalho com peças quebradas, fezes de rato nos cômodos, entre outros. Para ele, a COPASA não entrega à população um serviço de qualidade, ressaltando que analisam a conduta da empresa e não dos funcionários. "A gente paga por um bom serviço e a gente não tem um bom serviço oferecido por eles", afirmou Rodrigo.

Por usa vez, o vereador Levi da Costa Campos compartilhou das preocupações de Rodrigo e frisou que a água realmente vai faltar no bairro, enquanto não houver investimento da Companhia. Sobre as condições de trabalho ele afirmou que é perceptível a "precariedade para os funcionários da COPASA, que não tem aquele suporte que as empresas sérias tem".

Logo, o Requerimento nº 32/2023 solicita as seguintes melhorias no sistema da COPASA do Bairro Castro:

1 - Ampliação da Estação de Tratamento de Água de modo a abastecer toda a população do bairro, considerada a sua expansão nos últimos 20 anos, se possível dobrando ou triplicando a sua capacidade de operação;

2 - Aumento da vazão da captação de modo a ampliar o volume de água disponível para o tratamento na unidade do Bairro Castro, substituindo, se necessário, a bomba e o mangote para outros de maior e melhor desempenho;

3 - Substituição dos tanques construídos em alvenaria por estruturas metálicas, PVC ou de material adequado que não disponha de riscos de rompimento e contaminações;

4 - Substituição das estruturas implantadas como paliativas como utilização de arames, fios e outros para sustentação de tubos e conexões;

5 - Implantação de gerador de energia na unidade de tratamento e no reservatório de modo que estas não sejam impactadas pelo fornecimento de energia elétrica quando da ausência de distribuição pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG);

6 - Garantia de universalização do atendimento a todas as residências do Bairro Castro, com a sua ampliação e adequação para funcionamento em sua plenitude, se possível dobrando ou triplicando a sua capacidade de atuação.

Veja o vídeo abaixo com registros da visita realizada.